segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Acre sabor na Boca....


Eu faço versos como quem chora

De desalento... de desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora

Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue.

Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... remorso vão...

Dói-me nas veias.

Amargo e quente,

Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca

Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.-


Eu faço versos como quem morre.


Manuel Bandeira

Um comentário:

  1. Conhecer o amor daqueles que amamos é o fogo que alimenta a nossa vida....Pablo Neruda

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